O ESTÔMAGO: Uma Benção ou uma Maldição?





A palavra “Glutão” vem de Glutto latim; e significa: “alguém que come em excesso”. E no grego Gastrimargia que traz a idéia de “persegui a felicidade no prazer dos alimentos”. Podemos defini-la como “alguém que come muito; ato de comer em demasia, em excesso, ultrapassando o limite da saciedade; gula; que come com avidez. Você provavelmente sabe que glutonaria é pecado, mas na prática, isso é uma realidade na sua vida? O objetivo desse pequeno estudo é exatamente trazer-nos a memória esse assunto que parece esquecido nos dias de hoje, e principalmente pela igreja, pois nós somos afiados e diligentes em condenar a mentira, hipocrisia, homossexualidade, idolatria etc. Mas quantas vezes nós já condenamos em nosso circulo de convivência a glutonaria? Quantas vezes nos arrependemos por termos praticado a glutonaria? Um autor desconhecido certa vez disse: “Antes, a igreja condenava e lutava contra a glutonaria. E hoje ela pratica!”. O certo é que a igreja tem se gloriado na glutonaria em vez de combatê-la. 
 
A vontade de Deus é perfeita (Rm 12:2), e tudo que Ele diz deve ser considerado, inclusive o pecado da glutonaria que é condenável, assim como todo e qualquer pecado. No livro a divina comédia de Dante Alighieri, quando ele descreve o inferno, afirma que há um lugar reservado só para os glutões – era o chamado “Terceiro Círculo”. Não somos adeptos a teoria do inferno de Dante Alighieri, mas ele acertou em dizer que os glutões estarão no inferno.

A expressão relativa à Glutonaria só veio aparecer em manuscritos na idade média, mas esse problema é bem mais antigo que isso. Os relatos bíblicos apontam esse pecado. E em outros povos foi que essa prática se difundiu e ganhou mais abrangência, como por exemplo, os romanos eram glutões que já tinham se radicado profundamente nesse pecado, e isso passou a ser marca cultural deles. Por muitos povos eram conhecidos por suas comilanças em excesso e os seus banquetes fartos. Diz alguns relatos históricos que isso se tornou algo tão bem visto por povos vizinhos (o fato de comer muito), que em meio as festas alguns quando já estavam fartos, saiam para algum lugar ameno e colocava algum objeto na garganta para vomitar e depois voltar para o banquete. Ou seja, essa prática é algo que está presente em toda a história da humanidade.

          Nem toda forma compulsiva de comer de certa forma pode ser considerado um pecado, pois existem dois tipos de “gula” (se o podemos intitular assim): A “Gula” Biológica – Ou seja, algo que não depende unicamente de uma escolha, pois a mesma é uma doença. Ela é naturalmente chamada de “transtorno do comer compulsivo”. Em 2000 a revista veja publicou uma pesquisa em que 2% da população mundial sofre dessa doença. Muitas pessoas lutam de uma forma ardente contra isso, e alguns deles buscam em cirurgia de redução de estomago para o fim dessa doença. A “Gula” por escolha – Nesse quadro, o glutão é aquele que coloca o prazer de comer muito acima de muitas outras coisas. Para o glutão, a vida depende bastante dos banquetes e festas gastronômicas. Isto é: comer sem necessidade, sem sentir fome; comer além do limite, compulsivamente, esperando uma nova oportunidade para comer novamente.
Muitas vezes onde há a expressão “bebedices” ela representa “glutonarias” em outras versões, mas dependendo sempre do contexto do livro. Principalmente no texto de 1 Pedro 4:3 que essa palavra (bebedice) vem acompanhada anteriormente de “borracheiras” que já é no seu sentido primário significa bebedices (ou seja, alguém que vivia em constantes bebedeiras). Sendo também que o fato de beber em demasia, representa glutonaria no melhor do seu sentido. Alguns podem ser os motivos que causam em uma pessoa o comer em demasia, por exemplo: A aparência da comida – A beleza e a preparação do alimento lhe incita a comer aquilo, mesmo com a ausência da fome. A influência das pessoas – Isso é um caso clássico, pois quando se está inserido em um determinado ciclo de convivência é muito tendencioso a comer sem fome, unicamente porque outros estão comendo. O estado emocional – Não importa se esse estado é bom ou ruim, independendo deles as pessoas buscam na comida: ou um motivo para celebração, ou algo para o que chamamos de “afogar de vez as mágoas”. Uma forma de ser visto – É o caso daquelas pessoas que amam que outros saibam que ela come bastante, e isso erroneamente é aplicado e infelizmente respondido de forma reforçadora pelos receptores que o fazem continuar com essa prática. Descaso com tudo e todos – Não importa o que irá acontecer a ele, nem mesmo o que seus amigos, pais, irmãos ou qualquer outra pessoa pense sobre isso. O importante é satisfazer as suas vontades.

 “Ao buscar [um] plano de equilíbrio na alimentação, estaremos respeitando a orientação divina e diversos aspectos propícios ao bem estar, como equilíbrio físico, emocional e espiritual”
(Alvina da Silva Souza, nutricionista formada pela Unasp)

Nós podemos citar pelo menos dez breves motivos pelo qual nós não devemos praticar a glutonaria:

      1.       Porque Deus Mandou (Gl 5:21)
Para nós cristãos não existe nem um outro motivo mais claro e suficiente do que este. Desde que Ele é o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores, e nós certo dia entregamos nossas vontades e vida a Ele devemos acima de qualquer coisa fazer o que Ele quer que façamos. Tudo que Ele ordenar não importando o que seja precisa ser obedecido. E nós iremos ver a frente alguns versos nas Escrituras que falam sobre isso.

      2.       Porque faz mal a saúde (Pv 25:16)
Muitas são as causas que podem por meio da glutonaria causar algum dano a saúde, como por exemplo: Obesidade, diabete, mal estar, ataque cardíaco, anorexia, bulimia etc.

      3.       Porque traz cobiça (Pv 23:1-3)
Quanto mais você alimenta um desejo, muito mais você quer sacia-lo, e isso não importa de quem seja a coisa desejada. E nós aprendemos que cobiça é pecado também, ou seja, quando alimentamos a glutonaria em nossas vidas, isso provavelmente vai nos levar a cobiçar os alimentos que nem mesmo nos pertencem.

      4.       Porque traz preguiça e pobreza (Pv 23:20-21)
Salomão aqui nos aconselha que aquele que coloca a sua atenção na glutonaria (quer comida ou bebida) vai trazer sobre si uma grande carga de preguiça quanto a qualquer tipo de trabalho, e o futuro de alguém preguiçoso é a miséria financeira.

      5.       Porque é o costume de não convertidos (1 Pe 4:3)
Pedro não só afirma que essa prática é de ímpios, mas ele faz uma associação desse termo com outros pecados que para nós é considerado de extrema repugnância tais como as brigas, desejos sexuais ilícitos, prostituição e idolatria.

      6.       Porque é obra satânica (Rm 13:12:14)
Sempre que as Escrituras citam as obras como sendo das trevas, ela coloca a sua autoria ao diabo. Ou seja, não devemos nos gloriar dessa prática pois ela pertence ao diabo.

      7.       Porque a comida não é a primazia da nossa vida (Dt 8:3)
Quando os israelitas insistiram para que Deus o fartassem de comida no deserto, Ele foi enfático em dizer que para o homem a comida não deveria ter a primazia, mas o homem deveria viver por meio da Sua palavra que é o mais importante para as nossas vidas.

      8.       Porque é um pecado luxurioso (Lc 21:34)
O termo “luxuria” significa “comportamento desregrado com relação aos prazeres do sexo; lascívia e concupiscência”, e isso nós sabemos que é pecado, e no texto lido, o Senhor Jesus associa a glutonaria a esses pecados, e ainda alerta que deixemos para não sermos pegos de surpresa na Sua vinda.

      9.       O salvo é alguém satisfeito com o necessário (Pv 13:25)
Na versão NVI o texto diz: “O justo come até satisfazer o apetite, mas os ímpios permanecem famintos.” Paulo também disse o seguinte na primeira carta a Timóteo no capitulo 6 verso 8: “Devemos estar satisfeitos se tivermos com o que nos alimentar e vestir.” O homem e a mulher de Deus não precisa da glutonaria para satisfazer os seus desejos.

      10.   Porque o nosso corpo pertence a Deus (1 Co 6:19-20)
Nem precisa da explicação desse verso para obtermos uma compreensão clara de que a glutonaria é uma ofensa grave ao templo do Espírito Santo, onde o próprio Deus habita e que devemos zelar dele o máximo possível.

CONCLUSÃO:
É lamentável que as igreja esqueceram de pregar sobre esse assunto e passaram a fazer apologia a ele não necessariamente em palavras, mas em ações. Mas nós por meio da palavra de Deus devemos combater esse pecado, primeiro em nossas vidas e em seguida na vida da igreja que é o nosso corpo.